Scions, Remnants e a Segunda Ruptura Lenta
Com o passar das gerações, o desequilíbrio conceitual se intensificou.
Os pontos de Blight cresceram, conectando-se como veias necrosadas.
Remnants se multiplicaram – de simples animais distorcidos a entidades semi-racionais, pedaços de conceitos soltos vagando em corpos improvisados.
Ao mesmo tempo, algo novo começou a acontecer nascimentos:
crianças que:
curavam feridas rápido demais,
viam sombras que ninguém via,
brilhavam literalmente sob a luz,
faziam objetos explodirem quando ficavam irritadas,
paravam brigas só de entrar na sala.
Essas crianças foram, no início, tratadas como aberrações.
Com o tempo, receberam um nome que foi se impondo em Samui, Crossheaven e Avode:
Scions.
Scions são híbridos de mortal e conceito.
Não são filhos diretos de deuses (embora alguns mitos digam isso).
São pontos de condensação de Luz, Nyra, Vida, Caos ou Equilíbrio na carne.
Um Scion de Luz pode:
inspirar legiões,
revelar verdades escondidas,
queimar mentiras e ilusões.
Mas também corre o risco de:
se tornar fanático,
punir qualquer nuance,
enxergar tudo em binário: puro/impuro, verdadeiro/falso.
Um Scion de Nyra sente:
o fim de coisas,
a iminência da morte,
o peso de ciclos que precisam ser encerrados.
Mas corre o risco de:
precipitar finais demais,
ver todo problema como algo que só pode ser “terminado”.
Cada Scion é potencialmente um equilíbrio ambulante – ou uma arma conceitual que pode repetir o Fraturar.
O Tribunal passou a registrá-los.
Alguns Scions são ignorados.
Outros são observados.
Uma minoria é marcada como ponto crítico: se cair, leva eras junto.
Enquanto isso, as grandes facções reagem:
Crossheaven vê Scions de sombra, morte e equilíbrio como recursos ou riscos estratégicos.
Samui tenta entender Scions num contexto de magias antigas e guerras demoníacas.
Império tenta transformar Scions em oficiais, generais ou, no mínimo, ferramentas de estabilização.
Lyralei quer medi-los – se pode medir, pode tentar replicar.
Culto de Vaessira vê em Scions um atalho para fundir sangue, memória e Remnants em algo totalmente novo.
As Ashen Lands, já esgarçadas pela perda dos dragões, tornaram-se o palco perfeito para essa nova fase:
zonas de Blight convivem lado a lado com bolsões de vida resistente;
povos traumatizados pela antiga guerra dracônica agora lidam com crianças semi-divinas e monstros conceituais;
antigas ruínas de Drakenstone ainda ecoam, às vezes, fragmentos de poder que reconhecem Scions como se fossem velhos conhecidos… ou erros a serem corrigidos.
O mundo não está mais apenas quebrado.
Ele está fragmentado e autoconsciente de seus próprios estilhaços