Os deuses não criaram o mundo.
O mundo nasceu do atrito entre quatro Conceitos Vivos:
Luz – ordem, clareza, propósito.
Nyra (Fim) – morte, encerramento, passagem.
Vida – criação, abundância, regeneração.
Caos – mudança, ruptura, imprevisibilidade.
Do esforço de manter esses conceitos em equilíbrio surgiu o Tribunal Vivo: uma consciência que observa e julga quando o balanço é quebrado de forma grave.
Os deuses são expressões secundárias desse sistema:
São “formas” que conceitos, memórias, histórias e fé assumiram ao longo das eras.
Eles não são onipotentes, nem absolutamente estáveis.
Existem porque o mundo tem energia, pessoas e histórias suficientes sustentando suas figuras.
Em termos de lore, deuses são nós estáveis de significado.
Eles surgem onde Conceito + História + Crença se cruzam de forma forte o bastante.
Há três grandes “famílias”:
Primordiais
Nasceram diretamente de aspectos dos Conceitos.
Ex.: um deus do Fogo que é a cristalização local do aspecto “chama transformadora” de Vida + Caos; um deus da Sombra que é o encontro de Luz + Nyra.
São raros, profundos, muito difíceis de afetar diretamente.
Ascendidos
Começam como mortais excepcionais (heróis, reis, magos, mártires).
Suas histórias ganham tanta força que o mundo passa a tratá-los como conceitos em si.
O Tribunal pode reconhecê-los e “elevá-los” a uma condição divina.
Continuam carregando traços da espécie original, o que os torna mais “humanos” em motivações.
Deuses de Crença
Nasceram da fé organizada: igrejas, cultos, povos inteiros projetando um ideal.
Têm poder proporcional ao tamanho e à intensidade de seus cultos.
São os mais instáveis: podem enfraquecer ou até desaparecer se a crença esmorece.
O Tribunal Vivo não é um deus: é a instância que monitora o balanço entre conceitos.
Deuses podem ser julgados pelo Tribunal se interferirem demais ou se distorcerem os conceitos que deveriam encarnar.
Eles raramente se manifestam diretamente. Em geral atuam por:
presságios,
sonhos,
inspiração em sacerdotes,
concessão de poder a Scions ou campeões.
Na prática do mundo:
Para a maioria das pessoas, os deuses são distantes.
Templos e ordens sacerdotais existem, mas respostas explícitas são raras.
Isso alimenta três leituras:
“Os deuses nos abandonaram.”
“Os deuses sempre foram observadores, nunca babás.”
“Os deuses só agem através de intermediários – e nós somos esses intermediários.”